O Encontro de “Coringa” – Crítica Filme Opinião
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Talvez você não encontrará uma crítica comum de cinéfilos por aqui, porém, aumentará a possibilidade para as reflexões sociais que o filme gera… Claro que por você mesmo as reflexões são sempre muito maiores.
Já representado por vários personagens no cinema, o Coringa foi o melhor gol que a DC comics fez em sua trajetória, não só em filmes Batman mas como em todos seus filmes até como esse exato momento na sua história. Esse é um gancho inspiracional capturado da onda Heróis Marvel, onde a humanidade (lê-se esteriótipo, personalidade e defeitos) dos personagens é retratada de maneira próxima e mais empática. Você, quando os assiste, encontra um mar de características e desafios incomuns a si mesmo ou ao seu vizinho.
A força do filme se dá em mostrar o estereótipo de um psicopata e assassino e ao mesmo tempo fazer-nos entender o porquê ele é dessa forma. Longe de ser um Hannibal, que em “Silêncio dos Inocentes” não o vemos sofrer ou mudar suas expressões ante a algo indesejado. No Coringa, Arthur sofre como poucos e assim construímos em nossa mente a humanidade, pois com uma interpretação brilhante sentimos sua dor e vulnerabilidade. E como sofre o Bichinho do Coringa.
O auge, a mágica e o que vibra lindamente no filme é perceber a arte de encontrar com si mesmo. Muitas das pessoas que eu conheço, melhor, 99% das pessoas que eu conheço, ainda não encontraram com seu mais vibrante eu… Mas Arthur o faz, começa a construir desde as primeiras cenas do filme seu mais vibrante eu. Permanece entendível seu caminho e suas percepções. Esse momento verdadeiro se dá, na minha opnião, quando o Coringa desce as escadarias de Gothan sob o som de Rock’n’Roll (Part 2) – Gary Glitter. Onde no meu ponto de vista, a cena, já nasce se tornando umas das cenas mais clássicas da história do cinema. Depois desse encontro com si, onde no filme já tinham ocorrido lampejos anteriores, ele o “Coringa” nunca mais o deixa. E vai vibrando em tons cada vez mais altos, uma maravilha para o entendimento do eu e da alegria ao encontrar-se.
Ao invés de criar a expectativa de ver um filme excelente, faço o convite para ligar seu botão escrito “essência da minha humanidade”, pois ele pode não ser um ótimo filme para todos, mas será impossível não passar por reflexões profundas caso essa chave esteja ligada no seu ser. Ele tem cenas fortes de violência e o intuito desse texto não é chamar as pessoas a se machucarem, mas, sim, se conhecerem. Pois, quem machuca pode ser machucado e quem faz gentileza pode ser enaltecido.
O gosto e o desejo é que a continuidade do Batman possa entrar nessa onda humana e inferir essa delícia de se perceber um herói e um vilão na vida que compartilhamos, nesse nosso viver realçado de emoções e encontros. Boa sorte DC Comics estaremos torcendo por vocês.