Literatura simples, criativa e comunicativa!
A leitura obrigatória de clássicos da literatura, como Macunaíma, de Mário de Andrade, Vidas Secas, de Graciliano Ramos, ou Iracema, de José de Alencar, é apontada como uma das dificuldades existentes na vida escolar de muitos estudantes do Ensino Médio. No Centro Educacional Alexis Novelinno, localizado no município do Cabo Frio (RJ), a situação não é diferente.
“Ao perguntarmos para os alunos quais eram os obstáculos, o que mais ouvimos foi que o vocabulário desses livros era rebuscado demais, e que havia muita dificuldade para entender a distante realidade contada nos clássicos. Foi aí que entendemos a necessidade de transformar essa dificuldade num momento de ensino mais leve e diferente, que pudesse desenvolver a comunicação e expressão, além do lado artístico de cada um”, conta a professora Ana Lúcia Mota Gaiote, do Centro Educacional Alexis Novelinno.
A ideia, então, foi desenvolver um projeto em que os personagens dos clássicos da literatura ganhassem vida e voz em plena sala de aula.
Em cada classe do Ensino Médio, o professor apresentou um livro e orientou que os alunos iniciassem a leitura em casa, para começar a se familiarizar com tema e personagens da obra. Em sala de aula, essa exploração continuou, com o professor cativando os alunos a mergulharem um pouco mais no clássico.
Nessa fase, o objetivo era que todos compreendam costumes, hábitos e culturas do passado, contados nas obras literárias, de modo que entendessem que a compreensão do presente se deve muito ao entendimento de períodos anteriores.
Hora de atuar
No passo seguinte, a arte mudou e a literatura deu lugar ao teatro. A classe, então, foi dividida em grupos de, no máximo, oito alunos. Cada grupo apresentou um momento ou capítulo do livro. Para evitar polêmicas, essa definição aconteceu com a realização de um sorteio.
Como num verdadeiro teatro, os alunos realizaram a apresentação oral, sem nenhuma leitura de papel, o mais natural possível. Para avaliação, o professor observou tanto o trabalho coletivo quanto o individual, avaliando as habilidades culturais e de comunicação de cada um.
No Centro Educacional, o projeto foi e tem sido considerado um grande sucesso. “Alunos tímidos se desenvolveram de tal forma que cada apresentação deixou de ser uma dificuldade, o que facilitou até mesmo a apresentação de trabalhos de outras disciplinas”, destaca Ana Lúcia.
Além do teatro, o professor também incentiva os alunos a criarem outras formas de arte para representar os clássicos da literatura, agora não mais de difícil compreensão. “Murais, músicas, paródias, poesias, entrevistas e outras inúmeras atividades já foram apresentadas pelos estudantes, que acabam lendo mais atentos e motivados”, diz a professora, que complementa: “nas apresentações, o professor consegue ainda avaliar a linguagem e a forma de comunicação de cada aluno, o que possibilita a ele trabalhar as dificuldades relacionadas à língua com muito mais facilidade”.
Como fazer na escola ou empresa?
O professor/chefe deve selecionar a obra literária, apresentar o livro à classe e pedir que os alunos iniciem a leitura em casa;
Em sala de aula, o enredo da obra e personagens começam a ser explorados;
O professor, então, deve dividir a sala em grupos de no máximo oito alunos, e sorteia os capítulos que cada grupo deve apresentar.
Além da apresentação oral, sem ajuda de papel, o professor pode incentivar outras atividades artísticas ligadas ao tema tratado no clássico da literatura.
FONTE DO CONTEÚDO:
https://www.rededeexperiencias.com.br/na-pratica/literatura-simples-criativa-e-comunicativa